sexta-feira, 21 de setembro de 2012




HOSPITAL INVESTIGA SUPERFATURAMENTO

TERCEIRIZAÇÃO: 20% PARA O HOSPITAL, 80% PARA LABORATÓRIO



"O HOSPITAL PODE ESTAR SENDO RENTÁVEL, MENOS PARA A POPULAÇÃO"

Leia entrevista com Emília Saluto de Rezende



Cobrança de mais de R$700.000,00 relativa ao oxigênio seria baseada em superfaturamento, segundo o Hospital

              
Os presidentes do Centro Popular Pró-Melhoramentos e do Hospital São Vicente de Paulo, Geraldo Brambila de Souza e Celso Ribeiro Ferreira, respectivamente, instauraram uma sindicância administrativa, no dia 22 de agosto passado, através de uma "Portaria Conjunta", objetivando  apurar possível "superfaturamento" no fornecimento de gases em contrato realizado com "a empresa White Martins".

Segundo o documento, que está sendo publicado nesta edição de O Norte Fluminense, a partir de "nota fiscal comprobatória", verificou-se possível irregularidade no fornecimento de "oxigênio líquido, "com uma diferença de mais de 400% (quatrocentos por cento)".

De acordo com os subscritores, "em auditoria prévia, já se constatou indícios de irregulariadades, a exigir esclarecimento e prestação de contas de tempos pretéritos, relativamente ao  fornecimento de gases medicinas, em especial oxigênio".

Ressaltaram, outrossim, que "é nosso dever promover a defesa do interesse da entidade, constituindo-se em compromisso formal de respeito aos princípios éticos e morais".

De acordo, ainda, com o documento, "dentre as supostas irregularidades, mostra-se premente a apuração dos fatos que envolvem superfaturamento na cobrança, que motivou demanda judicial que culminou com reconhecimento de 'débito' superior a (sic) cifra de R$700.000,00 (setecentos mil reais, circunstância que vem agravando o estado financeiro do Hospital São vicente de Paulo".

Foram indicados para membros da  comissão sindicante : "o sr. Rodrigo Diniz de Souza, o Dr. Rossini de Oliveira Tavares e o Dr. Augusto Pereira", que possuem prazo de "90 (noventa dias)" para apurar os fatos.


TERCEIRIZAÇÃO: 20% PARA O HOSPITAL, 80% PARA LABORATÓRIO






Não foi apenas o aparelho tomógrafo do Hospital que foi terceirizado com destinação de 20% para o Hospital e 80% para dois funcionários do nosocômio, que, por este motivo, se tornaram empresários.

Segundo uma fonte do Hospital, o mesmo modelo de terceirização foi adotado em relação à terceirização do laboratório: o Laboratório Kashima estaria abocanhando 80% da receita e repassando apenas 20% para o nosocômio.

De acordo, ainda, com outra fonte do próprio Hospital, estas terceirizações teriam ocorrido sem publicização que permitisse a realização da escolha entre outras empresas interessadas, o que poderia, segundo a mesma fonte, acarretar proposta mais vantajosa para o São Vicente.

 
FUNCIONÁRIOS COM MAIS DE 3 SALÁRIOS ATRASADOS


Os funcionários do Hospital São Vicente de Paulo continuam com seus salários atrasados. A segunda parcela do mês de maio, assim como os meses de junho, julho e agosto não foram pagos.É o que informa um dos diretores do Sindicato dos funcionoários, Celso Leonardo.

De acordo com o sindicalista, a direção do Hospital ainda não deu explicações ao Sindicato sobre  algum pagamento a ser realizado.


ASSOCIADO SEM RESPOSTA


O associado ANDRÉ LUIZ  DE OLIVEIRA continua sem resposta por parte da direção do Hospital a respeito de três requerimentos apresentados no dia 30 de abril passado.
 
Na oportunidade, o associado do Centro Popular Pró-Melhoramentos protocolou no Hospital São Vicente de Paulo três petitórios solicitando: a) "cópia da Prestação de Contas do período de março e abril de 2012"; b) "esclarecimentos a respeito da liberação por parte do Conselho Deliberativo no sentido de tomar empréstimo de 1 milhão de reais junto ao Banco Itaú. O que foi feito com tal dinheiro?"; c) "informações acerca da contribuição ao INSS dos servidores. Está sendo feita?"


  "O HOSPITAL PODE SER RENTÁVEL, MENOS PARA A POPULAÇÃO"



                                                  Emília Saluto de Rezende

Por ocasião do desfile escolar do dia 15 de agosto, a professora da Escola Estadual Euclides Feliciano Tardin, Emília Saluto de Rezende, liderou uma manifestação em favor do Hospital São Vicente de Paulo, erguendo uma faixa com os seguintes dizeres: "Não precisamos de praça. Não precisamos de festa. Queremos SAÚDE. Queremos nosso Hospital".

Emília conta que o seu objetivo foi chamar a atenção das autoridades para a situação do Hospital: "assim como o governo do Estado fez um projeto para a praça e o implementou, ele poderia realizar um projeto para o Hospital, incluindo prevendo uma possível intervenção, se isso viesse a normalizar a situação do São Vicente", acentuou.

A professora disse que "o Hospital é um patrimônio de Bom Jesus. Eu nasci ali, meus filhos também. Problemas de saúde de minha família foram todos resolvidos no São Vicente. O Hospital chegou a ser referência de saúde na região e, hoje, está nesta situação quase falimentar. É necessário que cada um se mobilize do jeito que puder", assinalou.


 http://votebembj.blogspot.com.br/2012/08/desfile-protestado.html
                       
Emília registrou que não é de hoje que ouvia comentários que os funcionários estavam com seus salários atrasados: "Se uma empresa entra em falência, é porque os recursos financeiros não estão sendo bem geridos. Pode-se, concluir, portanto, que o São Vicente não vem sendo bem administrado, há alguns anos. Observa-se, ainda, que a sociedade não recebe prestação de contas. Não sabemos o quanto entra e o quanto sai. Não sabemos como as coisas chegaram a este ponto. Falta transparência", assinalou.

Segundo a mestra, "a punição dos responsáveis por irregularidades é tarefa das autoridades, mas cabe à sociedade procurar meios de encontrar uma solução para o Hospital".

Emília concluiu dizendo que "o Hospital pode estar sendo rentável, menos para a população".

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