domingo, 14 de abril de 2013



HISTÓRIAS DAS FAMÍLIAS BONJESUENSES (1)                                       João Baptista Ferreira Borges



Meu irmão José Ferreira Borges estudou no Colégio de José Barbosa em Macaé (RJ). Depois, veio trabalhar com papai no comércio de café, na década de 1940.

Posteriormente, Amaral Peixoto, então governador do Estado do Rio de Janeiro e amigo de meu pai, chegou a ele e disse: "Zezé, você arranja emprego para todo mundo, mas não tem nenhum filho  empregado no poder público. Vai ser aberto em Bom Jesus o Cartório do 1o. Ofício. Vou nomear um filho seu". Aí, veio a nomeação de meu irmão José Borges Filho, como era chamado.

José, contudo, passou a reclamar que papai gastava todo o dinheiro que ganhava.

No Cartório, José não costumava cobrar reconhecimento de firma e outros pequenos serviços, para quem ele entendia que poderia isentar das despesas. Quando a pessoa não podia pagar, ele providenciava na Defensoria Pública a escritura, que era paga pelo Estado.

 Certa vez, papai pediu a José Cr$20.000,00 (vinte mil cruzeiros) emprestado. Ocorre que, quando papai costumava pedir aos familiares um empréstimo, não gostava que lhe fosse perguntado o destino do dinheiro.

Meu irmão fez, então, um cheque e entregou-o a papai sem nada perguntar. Meu pai, por sua vez, emprestou esse dinheiro a Sebastião Coutinho, que acabara de falir.

Quando meu irmão José ficou sabendo desse empréstimo, disse a meu pai: " O senhor tirou comida da boca de meus filhos, pois emprestou dinheiro a um falido". Meu pai, então, respondeu, de pronto: "E o que você queira que eu fizesse... que emprestasse dinheiro a João Bousquet, que é rico?"



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Joãozinho Borges (E) entregou os primeiros artigos de sua coluna ao O Norte Fluminense, no espaço da Panificadora Família Borges

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