O NORTE FLUMINENSE, Bom Jesus do Itabapoana (RJ): PROJETO CIRCUITO CULTURAL ARTE ENTRE POVOS EM MINAS GERAIS

O projeto CIRCUITO CULTURAL ARTE ENTRE POVOS, elaborado pela professora Elizete Maria da Silva, de Sacramento, distrito de Manhuaçu (MG), foi selecionado para ser apresentado no 2º Congresso de Práticas Educacionais/SEE/MG, que ocorrerá em Belo Horizonte, na próxima semana.

Vejam o projeto.

Escola Estadual de São Sebastião do Sacramento

Diretora: Iêda de Fátima Quintino

End: Rua Pe. Francisco de Carvalho, nº 95, São Sebastião do Sacramento

Município: Manhuaçu/MG

SRE - Manhuaçu

Projeto: Circuito Cultural “Arte Entre Povos”

Coordenadora: Elizete Maria da Silva

Contato: escola.75353@educacao.mg.gov.br

elizetems13@yahoo.com

Projeto : Circuito Cultural “ Arte Entre Povos”

Introdução

O Circuito Cultural “Arte Eentre Povos” foi idealizado com a intenção de promover a integração Cultural Latino-Americana.

Seu idealizador é o Promotor de Justiça Gino Martins Borges Bastos.

O Circuito se inicia em Bom Jesus do Itabapoana, RJ, município que deu origem ao evento, nos dias 09 e 10 de agosto.

A arte expressa ou manifestada de diversas formas, em todos os cantos do mundo, revela uma maneira simples, mas não menos bela e significativa, pelas mãos, vozes e sentimentos dos artistas de nossa região, pessoas que representam aqui, hoje, a manifestação viva e onipresente da Arte e da nossa Cultura.

A América Latina é marcada pela profusão de cores, de raças, de costumes....pela luta de classes, guerras e massacres mas também pela alegria, força, organização, resistência de um povo guerreiro e batalhador... Que canta, encanta e só quer, acima de tudo, ser feliz... Estas lutas estão expressas em levantes populares, greves, rebeliões, mas também através da Literatura, da Música, da Pintura.

Os países que compõem a América Latina possuem histórias parecidas. Aprendemos a apreciar tudo que vem de fora e muitas vezes desvalorizamos nossa própria cultura. Hábitos e costumes estão sendo esquecidos e substituídos por outros que não nos dizem respeito.

Para que haja mudança, é preciso que tenhamos orgulho de nossa terra, de nossa gente. Reconhecer as batalhas vencidas e ter a capacidade de sonhar com um mundo melhor, na construção de uma sociedade mais justa, mas esse sonho não se concretizará como num passe de mágica. Ele exige conhecimento, identificação com nossas raízes, conhecer outros povos com problemas e realidades semelhantes, para que aconteça a ajuda mútua. Essa cooperação precisa ser organizada, construída.

Vimos no Circuito uma forma de integração. Não é muito diante da imensidão que é o bloco dos países que compõem a América Latina, mas já são treze municípios brasileiros interagindo com artistas estrangeiros e brasileiros das diferentes regiões do país, dispostos a ficar durante um mês percorrendo cidades, levando seu conhecimento e abertos para receber o que esses povos também possam lhes acrescentar.

Não é possível mudar o mundo assim, mas é possível contribuir para abrir a mente e a consciência das pessoas que estudam nessa escola e vivem no entorno dela, oferecendo-lhes a oportunidade de conhecer e vivenciar outras manifestações artísticas e culturais, realmente nossas, em contrapartida com a imposição dessa cultura vazia e comercial veiculada pela mídia, em geral. Dessa forma acreditamos estar fazendo a nossa parte e engrandecendo a nossa cultura.

Relato da experiência

A E. E. de S. S. do Sacramento se localiza na zona rural de Manhuaçu. A escola é centenária e mesmo com uma população simples, tem o gosto pelas artes, gosto deixado por grandes educadores que passaram pela escola. Temos histórias de grandes recitais, peças de teatro e outras apresentações em tempos remotos, aos quais as pessoas mais velhas recontam com grande saudosismo. Isso facilita o desenvolvimento desse projeto, que é voltado para as artes plásticas, a poesia e a música. Nesse projeto os circuiteiros percorrem treze municípios de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Em todas as edições tivemos a presença de um representante de Cuba, um da Argentina e um do Chile e artistas brasileiros. Em cada município são realizadas oficinas, debates e musicais. Esse ano, tivemos o cineasta argentino Carlos Pronzato, o artista plástico cubano Francisco Rivero, o cantor chileno Pablo Trova, o poeta e oficineiro campista Artur Gomes, o fotógrafo brasileiro Cimar Pinheiro. Esse grupo percorreu todo o Circuito. Em Sacramento tivemos ainda a presença da contadora de histórias capixaba Maria Elvira Tavares Costa e da apresentação musical do 3piano.

Consideramos o projeto de suma importância, pois propicia o resgate da cultura local para que haja o intercâmbio cultural entre todos os envolvidos. A programação foi bastante diversificada e contemplou vários aspectos da cultura latino-americana, através de oficinas, concertos, saraus literários, shows musicais com a presença de artistas de outros países e artistas da região, conforme os itens a seguir:

· Pintura do mural pelo artista plástico Francisco Rivero;

· Oficina de fotografia com Cimar Pinheiro;

· Oficina de vídeo com Artur Gomes;

· Oficina de poesia falada com Artur Gomes;

· Recital de poesia com Artur Gomes;

· Oficina de contação de história com Maria Elvira Tavares;

· Show musical com Pablo Trova;

· Concerto de piano e flauta.

· Oficina de curta metragem em novas mídias sobre o café produzido na região com o cineasta Tom Lourenço.

Atividades organizadas pela escola

· Valorização da culinária regional durante todo o evento, servindo pratos típicos, doces e quitandas preparadas por pessoas da comunidade.

· Recital lítero-musical com apresentações poéticas e musicais com artistas de nossa Região, ressaltando aspectos como a Religiosidade, o Trabalho, a Literatura e a Luta do povo Latino-Americano.

· Murais com exposição de trabalhos de pintura dos alunos (releitura de obras de pintores famosos como Portinari, Tarsila do Amaral);

· Show de MPB com artistas da região;

· Roda de viola (apresentação de música sertaneja de raiz e instrumental)

· Recital de poesias de poetas locais e autores mineiros consagrados;

· Exposição de artesanato local;

· Apresentação de causos caipiras, com personagens e temas da comunidade.

Reflexões:

Um dos maiores entraves encontrados é a questão financeira, pois realizar um evento desse porte traz altos custos e não existem verbas estaduais para esta finalidade, portanto só é possível realizá-lo com a contribuição direta e indireta de toda comunidade escolar e algumas parcerias no município. A cada edição percebe-se a influência que o evento em si traz para toda a comunidade escolar e região, pois evidencia a música, a poesia, a arte e a cultura de diversos países trazendo integração e maior conhecimento a todos os participantes: alunos, pais, funcionários e demais membros da comunidade local e comunidades vizinhas que também são convidadas a participar. Pretendemos pois, realizar outras edições e salientamos que o circuito tende a modificar os valores, os costumes e um olhar diferenciado em relação a cultura em geral na América Latina.

Fotos