sábado, 30 de janeiro de 2016

O QUE PENSEI PELA MANHÃ


        Saulo Soares




O QUE PENSEI PELA MANHÃ

    Gratidão. Como é importante sermos gratos e como, invariavelmente, amigos, esquecemos de sê-lo. Dizem que os muçulmanos têm para a palavra “ser humano” a tradução: “aquele que se esquece”. E para Deus: “Aquele que se lembra”. Por essa razão, eles, variadas vezes ao longo dos seus dias, voltam-se para a cidade sagrada de Meca, para simplesmente lembrar-se Dele.
         Recordo-me de Jesus. Continuamente dando graças ao Pai. A propósito: Eucaristia significa “ação de graças”, agradecer. Antes de realizar o milagre da multiplicação dos pães – assim como na ceia derradeira – Ele eleva os dons e... agradece ao Pai. Daí então se segue o milagre. O milagre é sucedâneo ao agradecimento.
         Já nos demos conta de quantos “milagres” podemos realizar com pequenos gestos de gratidão? O quanto de bondade, de paz e harmonia podemos “multiplicar” em nossos relacionamentos, no nosso ambiente familiar e de trabalho?
         Não, não sou daqueles que pretendem desmistificar os milagres de Jesus, de fazer reducionismos e dar outras versões. O que Ele fez foi, de fato, um milagre. Ponto. Sem duplas interpretações. O que pretendo dizer é: quantos ensinamentos podemos retirar dos milagres por Ele realizados. O mínimo agradecido pode multiplicar-se e tornar-se o “máximo”; pode a muitos “alimentar” com o pão da esperança e do bom convívio.
     O que pensei pela manhã ficou comigo o dia inteiro. Multiplicou-se. Agradecer é reconhecer, no favor e gratuidade do outro, o próprio outro que se oferece. Agradecer é tornar agradável o ar que se respira em comum.
   Agradecimentos e, em contraparte, reclamações. Murmuramos exageradamente... Sei disso; também sou assim. Basta um pequeno tropeço, uma mínima contrariedade para deixarmos claro nosso descontentamento. Esquecemos, rapidamente, a “montanha” de benefícios recebidos e os depositamos diante de uma “pedrinha” de aborrecimentos.
      Parece termos uma espécie de “memória seletiva”. Apta e pronta para recordar o mal, porém frágil e débil para a lembrança do bem recebido. Esmaecida para a gratidão e em vivas tintas para sentimentos como a vingança e a falta de perdão.
         Bela é a oração de Santo Inácio, que ora transcrevo: Toma, Senhor, e recebe toda a minha liberdade e a minha memória também. O meu entendimento e toda a minha vontade, tudo o que tenho e possuo Tu me deste com amor. Todos os dons que me deste com gratidão Te devolvo. Dispõe deles, Senhor, segundo a Tua vontade. Dá-me somente o Teu amor, tua graça. Isso me basta, nada mais quero pedir”.
         O que pensei pela manhã, da semana passada, ficou comigo até o presente momento. Como um trigo que se planta, colhe, tritura, amassa, fermenta, coze e se transforma em pão. Graças a Deus!
         Obrigado a todos vocês que agora me lêem e tem lido. Sou-lhes muito grato, de coração. Grande abraço!
 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Fachada do Memorial se inspirou no antigo Fórum onde atuou Boanerges Borges da SIlveira







A fachada do Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira, cuja planta foi elaborada pelo engenheiro Paulo Sérgio do Canto Cyrillo, e que será construído no Sítio Rio Preto, será similar à do palacete de Malvino Rangel que, posteriormente, se transformou no Fórum do município. Foi ali que Boanerges Borges da Silveira, pai dos ex-governadores, atuou como 1° advogado a realizar um Júri da Comarca.


Antigo Palacete de Malvino de Souza Rangel que foi transformado em Fórum da Comarca de Bom Jesus do Itabapoana, onde Boanerges Borges da Silveira atuou como advogado



ATUAÇÃO DE BOANERGES BORGES DA SILVEIRA NO 1° JÚRI DE BOM JESUS DO ITABAPOANA



Em artigo publicado no jornal O Norte Fluminense no dia 16 de junho de 1996, Luciano Bastos  publicou o artigo "O primeiro Júri em Bom Jesus", que ocorreu em 1941.


Luciano Bastos
 

Neste dia histórico, funcionou como advogado de defesa Boanerges Borges da Silveira, pai dos governadores Roberto e Badger Silveira.






Antiga sede do Fórum de Bom Jesus do Itabapoana onde ocorreu o 1º Júri de Bom Jesus: O Norte Fluminense luta pela restauração de sua fachada e da criação do Museu do Poder Judiciário em Bom Jesus do Itabapoana  (Acervo de Adilson Figueiredo)



Segue extrato do referido artigo sobre o famoso julgamento. Ao após, O Norte Fluminense publica os históricos documentos do referido processo. 


O CRIME QUE ORIGINOU O JÚRI: INFANTICÍDIO

No dia 8 de setembro de 1941, na então Chácara do sr. Pedro Bárbara, mais conhecido como Chácara do Espanhol (hoje Chácara dos Coqueiros no Bairro Pimentel Marques), nos fundos, onde passava o rio, neste foi encontrado morto, boiando, um bebê recém-nascido, do sexo masculino. Investigações policiais levaram à mãe da criança, a lavadeira Odete Agostinha, de 19 anos, solteira como responsável.

INQUÉRITO E PRONÚNCIA

Instaurado o inquérito policia, dez dias depois era concluído com o relatório do sub-delegado Leovergílio  Nunes da Silva ( Dodô Elias). A denúncia foi oferecida em 31 de outubro pelo adjunto do Promotor, dr. Benjamim Haman, como incurso às penas do crime de infanticídio ( art. 123 do Cód. Penal), e recebida no mesmo dia pelo Pretor, Dr. Emanuel Pereira das Neves. O dr, Juiz de Direito de Itaperuna, a quem cabia competência, pronunciou a ré em 9 de fevereiro de 1942, marcando a data do Júri para 29 de abril, às 11 horas.

OS JURADOS

Os 21 jurados sorteados para a sessão do Tribunal do Júri ( convocados por Edital e intimados por mandado foram os seguintes: 1. Dr. Abelardo do Nascimento Vasconcelos; 2. Thiers Pedrosa Leandro; 3. Dr. Arquimedes Perlingeiro; 4. Guilherme Hooper Mathias; 5. Pedro da Costa Santos; 6. Luiz da Silva Teixeira; 7. Higino Belotti; 8. Breno Vieira de Rezende; 9. Lao Monteiro de Carvalho; 10. Lourival Cavichini; 11. Halley Jansen; 12. Menin Nacif; 13. Omar Silveira; 14. Raul Dutra Nicácio; 15. Antônio de Sousa Dutra; 16. Luciano Costa; 17. Francisco de Jorge; 18. Antônio Tinoco de Oliveira; 19. Gauthier Pontes de Figueiredo; 20. Ulisses Vieira de Rezende; 21, Lauro da Silva Motta.


A SESSÃO DO JÚRI

No dia aprazado com as dependências repletas, teve lugar a histórica  reunião no Forum local, instalado no antigo palacete do sr. Malvino Rangel, posteriormente derrubado para a construção do atual edifício  do Poder Judiciário, na rua Expedicionário Paulo Moreira.

Ausentes Antônio de Sousa Dutra e Luciano Costa, o primeiro justificou por escrito a ausência. Luciano Costa, contudo, foi multado em " cem mil réis". Ambos foram substituídos por José Maria Garcia e Deusdedit Tinoco de Rezende.

Presidiu a sessão o Dr. Lauro Willian Pacheco, Juiz de Itaperuna, atuando na Promotoria o Dr. João Batista de Moraes Cortes, sendo escrivão o sr. Alípio Garcia de Campos. Na defesa o Dr. Boanerges Borges da Silveira.

...

Foram sorteados 7: Dr. Abelardo do Nascimento Vasconcelos, Dr. Arquimedes Perlingeiro, Thiers Pedrosa Leandro, Guilherme Hooper Mathias, Deusdedith Tinoco de Resende, Lauro da Silva Motta e Menin Nacif.

OS DEBATES

O Promotor sustentou o libelo acusatório afirmando que a ré, envergonhada, teria matado o próprio filho, após o nascimento, par ocultar a desonra própria.

A defesa contrapôs que a criança, face a tombo havido com a mãe era um natimorto. Aduziu o Dr. Boanerges Silveira que "a vida é o processo em andamento para a morte. Esta é a sentença final, irrecorrível, opondo-se à ação daquela. A morte é a continuação da vida, revelando-se no momento em que esta se extingue. Onde termina a vida, segue-se a morte como a luz que se faz onde desaparece a treva. Impossível "a afirmação da morte sem que esteja provada a existência da vida que a antecedeu". E arrematou: " Como quer o brilhante órgão da Justiça Pública afirmar que uma vida foi criminosamente sacrificada sem que tenha antes provada a existência dessa mesma vida?"

ABSOLVIÇÃO

Por unanimidade, os jurados, no segundo quesito apresentado, reconheceram que "a criança não havia nascido com vida" e, assim, os demais quesitos forma considerados prejudicados, absolvida a ré, Odete Agostinha.

APELAÇÃO

A Promotoria apelou para o Tribunal de Apelação do estado sendo que a 3a. Câmara Criminal presidida pelo desembargador Ivair  Nogueira Itagiba, tendo como Relator o Desembargador Ferreira Pinto, manteve a decisão do Júri, também por unanimidade, em 22 de junho de 1942. O processo de Apelação Crime recebeu o no. 356 no Tribunal.



PEÇA ACUSATÓRIA DO PROMOTOR DE JUSTIÇA DR. BENJAMIN HARAM



PEÇA DE DEFESA DE
BOANERGES BORGES DA SILVEIRA 








ATA DA SESSÃO DO JÚRI



 



 


 




 

Boanerges Borges da Silveira, a esposa Maria do Carmo Silveira, a Biluca, e os filhos Badger, Dinah, José e Roberto, no Sítio Rio Preto. Foto de 1925
(do livro ROBERTO SILVEIRA, A PEDRA E O FOGO, de José Sérgio Rocha)




O casal Boanerges Borges da Silveira e Biluca e seus filhos Dinah, Roberto, Badger, Zequinha e Maria da Penha (foto enviada por Badger Silveira Filho, filho do ex-governador Badger Silveira)







PARCERIA PÚBLICO PRIVADA PODE SALVAR PATRIMÔNIO HISTÓRICO




Desapropriação do prédio que pertenceu aos avós dos governadores Roberto e Badger Silveira contaria com o apoio da comunidade


Parceria público privada pode salvar o que resta da Casa da Farinha, prédio do século XIX que pertenceu a Antônio Ignácio, avô dos governadores Roberto e Badger Silveira, e que teve mais uma de suas paredes derrubadas pelos fortes ventos decorrentes de outra tempestade.



Caso o município realizasse a desapropriação do imóvel, uma campanha da sociedade civil mobilizaria a comunidade para obter o material necessário para a restauração deste emblemático patrimônio histórico.

UM SONHO QUE SE TORNA REALIDADE: O MEMORIAL GOVERNADORES ROBERTO E BADGER SILVEIRA





O engenheiro Paulo Sérgio do Canto Cyrillo concluiu o projeto do Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira, que será edificado no Sítio Rio Preto, distrito de Calheiros, onde nasceram os ex-governadores.


Trata-se de uma importante contribuição para o resgate da linda história da Silveirada, como era chamada a reunião dos membros da família Silveira.


 

Segundo Cintia Nunes, a diretora do Memorial, "objetivamos inaugurar, com o apoio da comunidade, a parte baixa do prédio no dia 7 de agosto, ocasião em que celebraremos dois anos do lançamento da pedra fundamental de nossa entidade".

Cíntia de Oliveira Santos Nunes é a diretora do Memorial


Cintia Nunes é filha de Manoel Araújo dos Santos, o Neneco, o amigo de infância dos ex-governadores, e doou o terreno, juntamente com seu marido Alessandro, para a construção do prédio. 


VEJAM OS DISCURSOS FEITOS NO LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL DO MEMORIAL, NO DIA 10/08/2014


DISCURSO DE WILMA MARTINS TEIXEIRA COUTINHO


                   Wilma Martins Teixeira Coutinho



                                           


Wilma Martins Teixeira Coutinho
 Meus queridos amigos que eu acabei de conhecer aqui em Bom Jesus.

 Levo comigo nesta despedida uma grande saudade e agradecimento pelo carinho como fui recebida nesta cidade, especificamente ao Dr. Gino pela determinação “QUEREMOS WILMA”.

 Falar de Roberto Silveira e Badger Silveira creio que os brilhantes oradores já retrataram tudo que eu teria que falar. 


É de conhecimento público os projetos e anseios que essas personagens representaram no cenário político de nosso Estado, que não concretizou, em parte pela trágica morte prematura e criminosa que o impediu de continuar o seu governo. EU ESTAVA LÁ, sofri com a família e com o povo fluminense. Presenciei a dor da querida Ismélia quando fui abraçá-la. Foi uma perda irreparável, deixando-nos órfãos.


O saudoso Badger: eu trabalhava na Secretaria de Educação, no Gabinete, quando ele tomou posse como Secretário de Educação, interino, do Governo de seu irmão Roberto. Ao deixar a Secretaria, levou-me para o Palácio, Gabinete Civil, onde permaneci até o Golpe Militar, vivenciando todo aquele tormento da votação na Assembleia, naquela madrugada de Agosto, terminando por cassá-lo. Ele se negava a renunciar, pois fora eleito pela vontade do povo, numa eleição limpa e honesta. As forças ocultas o traíram numa armadilha política, tramaram sua retirada, afastando-o da vida pública.


Ele saiu abatido mas, de cabeça erguida, escoltado que fora pelas forças armadas, MAIS UMA VEZ EU ESTAVA LÁ, chorando com todos os funcionários do Palácio que aprenderam a respeitá-lo e amá-lo.


Foram os dois Governadores mais honestos que eu conheci na minha vida funcional, não se ouvia falar em corrupção, só de projetos e ações em prol do bem comum do seu povo.


Não se via ganância “o vai lá dá cá”, como se vê hoje nessa política vergonhosa que corrompe este país.


Hoje estou aqui cheia de felicidade, no berço onde nasceram essas pessoas por quem tive tanto carinho e o privilégio de conviver, que até hoje se estende aos seus familiares e lá se vão cinqüenta anos.


Agora imaginem vocês a ironia do destino, hoje já em fase terminal, faço o inventário de Badger, que já tem cinco volumes, não tem mansões, jatinhos nem aviõezinhos, somente 5 carros virando sucata, e uma merreca de poupança porque os bens que ele amealhou durante sua existência ele doou em vida.

 ESTE ERA O GOVERNADOR BADGER SILVEIRA.

 DEUS O TENHA.


 Quero parabenizar todos os que contribuíram para este evento, o artista pela sua majestosa obra do quadro que revela a tragédia sofrida pelo saudoso ex-Governador Roberto Silveira. Impressionante!!!  



Boa tarde.

 Local onde será construído o Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira, no Sítio Rio Preto, em Calheiros



DISCURSO DE CINTIA DE OLIVEIRA SANTOS NUNES 



BOA TARDE.

EM NOME DA FAMÍLIA DE MANOEL ARAÚJO DOS SANTOS, O NENECO, AMIGO DE INFÂNCIA DOS GOVERNADORES ROBERTO E BADGER SILVEIRA, ASSIM COMO DE JOSÉ TEIXEIRA SILVEIRA, MARIA DA PENHA E DINAH, SEUS IRMÃOS, VENHO COMO FILHA DE NENECO E REPRESENTANDO MEUS IRMÃOS SÔNIA, CILÉA, LEONÍDIA, MARILENE, BENEDITO, JUAREZ E JOSÉ ABREU, ASSIM COMO REPRESENTANDO MINHA MÃE, GEORGINA DE OLIVEIRA SANTOS, SAUDAR A TODOS OS PRESENTES E, EM ESPECIAL, AOS FAMILIARES DOS HOMENAGEADOS, ASSIM COMO A WILMA MARTINS TEIXEIRA COUTINHO, AMIGA DA FAMÍLIA SILVEIRA QUE PARTICIPOU DOS GOVERNOS DE ROBERTO E BADGER SILVEIRA.

DINAH SILVEIRA, A IRMÃ DE ROBERTO E BADGER SILVEIRA, COSTUMAVA ESCREVER POESIAS E RECITÁ-LAS NAS REUNIÕES DE FAMÍLIA.

ASSIM, HOMENAGEANDO-A, TOMO A LIBERDADE DE LER UMA POESIA ESCRITA POR WILMA MARTINS TEIXEIRA COUTINHO NO DIA 28 DE JULHO PASSADO, QUANDO SE LEMBRAVA DESTE MOMENTO HISTÓRICO.


À MEMÓRIA DE ROBERTO SILVEIRA E BADGER SILVEIRA


Bom Jesus do Itabapoana

Terra rica do saber

Deu dois filhos governadores

Deus os levou pra no Céu viver



Estão olhando por nós

Neste momento tão nobre

Em que lembramos seus atos

Voltados sempre pro pobre



Seus governos só visavam

O bem-estar social

Muitos projetos na mente

Não esqueceu de Rosal



Bela cidade estou vendo

Com a igrejinha na praça

Ornada de belas rosas

Catita cheia de graça




DEVO DIZER, AINDA, QUE DINAH SILVEIRA COSTUMAVA NOMEAR AS REUNIÕES DA FAMÍLIA COMO “SILVEIRADA”.

ASSIM SENDO, NESTE MOMENTO EM QUE OS MEMBROS DA FAMÍLIA SILVEIRA AQUI SE ENCONTRAM PARA HOMEMAGEAR SEUS ANTEPASSADOS ILUSTRES, E, TENDO EM VISTA QUE TODOS NÓS BONJESUENSES TAMBÉM NOS SENTIMOS COMO MEMBROS DA FAMÍLIA SILVEIRA, PODEMOS DIZER, LEGITIMAMENTE, QUE ESTAMOS DIANTE DE UMA SILVEIRADA.

MINHA MADRINHA MAGNÓLIA COSTUMAVA DIZER QUE PASSADO É AQUILO QUE JÁ SE FOI MAS ESTÁ PRESENTE
NAS LEMBRANÇAS GUARDADAS EM
NOSSA MENTE, DESDE OS TEMPOS DE NOSSA INFÂNCIA.

ROBERTO E BADGER SILVEIRA, ASSIM COMO SEUS IRMÃOS, JOSÉ TEIXEIRA SILVEIRA, MARIA DA PENHA E DINAH, SEUS PAIS BOANERGES BORGES DA SILVEIRA E MARIA DO CARMO SILVEIRA, A BILUCA, MEU PAI NENECO, LEONÍDIA ABREU DOS SANTOS E MEU AVÔ BENEDITO DOS SANTOS ESTÃO SEMPRE PRESENTES.

QUERO AGRADECER À MINHA FAMÍLIA QUE NÃO ESTÁ MEDINDO ESFORÇOS PARA FAZER ESTA REALIDADE ACONTECER E AO DR. GINO MARTINS BORGES BASTOS QUE É O GRANDE INCENTIVADOR, IDEALIZADOR E COORDENADOR DESTE LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL GOVERNADORES ROBERTO E BADGER SILVEIRA.

Cintia de Oliveira Santos Nunes


Entrada para o Sítio Rio Preto



COLABORE COM UM DOS ITENS ABAIXO PARA A EDIFICAÇÃO DA PARTE BAIXA DO MEMORIAL


a)     84 vergalhão 4.2

b)    420 vergalhão ¼

c)     100 vergalhão 3/8

d)    24 vergalhão  ½

e)     10 vergalhão 5/8

f)      20 kg arame 18

g)     10 kg prego 18/30

h)    150 taipá

i)       350 sacos de cimento

j)       5.000 lajotas

k)    40 m3 areia lavada

l)       40m3  brita



Contatos para maiores informações: Cíntia Nunes, diretora do Memorial, cinttianunes@gmail.com e 022-999989395

e André Luiz de Oliveira, conselheiro, cel.: 022-998317343




Momento histórico: confraternização entre parentes dos ex-governadores Roberto e Badger Silveira com os parentes de Neneco, e com os membros da Associação dos Amigos do Memorial, no lançamento da Pedra Fundamental no Sítio Rio Preto, no dia 10 de agosto de 2014









IGREJA UNIVERSAL ESTARIA COMPRANDO O AERO CLUBE


Aero Clube: o fim próximo de um patrimônio histórico e cultural de nosso município 



Notícias correntes em nossa cidade dão conta de que a Igreja Universal do Reino de Deus estaria adquirindo o Aero Clube.

O atual proprietário do prédio teria solicitado aos expositores que mantêm material no interior do mesmo, desde a Festa de Agosto, a desocupação para a realização do negócio.




 Um pouco da história do Aero Clube


O Aero Clube teve o início de suas atividades no dia 1o. de maio de 1942. Na ocasião, ele passou a funcionar em uma casa alugada localizada na rua Gonçalves da Silva, onde, mais tarde, foi instalado o Grupo Escolar Pereira Passos.


Posteriormente, com a aquisição de um prédio na Praça Amália Teixeira Chalhoub, ali foi instalada sua sede definitiva.

Desde então, todas as atividades relevantes da sociedade bonjesuense passaram a ser desenvolvidas no Aero Clube.

Artistas de renome nacional se apresentaram em seu palco, como Nelson Gonçalves, Jamelão, Celi Campelo, Virgínia Lane, Carlos José, Orquestra Tabajara e Orquestra Severino Araújo, entre outros.


Em seu salão ocorreram festas de reveillon e de carnaval, festas do Olympico FC e do Ordem e Progresso FC, festas de formatura, bailes de coroação da Rainha da Festa de Agosto, bailes da saudade e bailes de debutantes.


O G. R. E.S. do Uriçu e o Bloco do Barra Pesada se apresentavam na quadra do clube, onde ocorriam festas juninas. 


Apuração dos votos e visitas de governadores também ocorriam em seu salão.

O Aero Clube constitui um patrimônio histórico e cultural de Bom Jesus do Itabapoana.

(Fontes de pesquisa: Livro de atas do Aero Clube e Ercília Borges do Carmo)
































ATÉ QUANDO, OUTROS AYLANs?


 Norberto Seródio Boechat


Há 43 anos, a foto da menina Kim Phuc, flagrada nua pelo fotógrafo Hunk Cong Ut, fugindo do ataque napalm, no Vietnan, mostrando indescritível horror na fisionomia escandalizou o mundo. Foi um momento de conscientização universal.
E neste ano, em setembro, a foto do menino Aylan, de três anos, encontrado morto numa praia turca estarreceu o mundo. A cena, chocante, abalou. O homem deve ter reformulado conceitos, juízos, horrorizado com o inaceitável absurdo dos conflitos no Levante.
Em sua curta vida em Kobani, na Síria, o garoto e o irmão assustaram-se inúmeras vezes com o barulho de bombas e visão de labaredas e fumaça. É provável que em seus três aninhos, quando os impulsos são dirigidos aos mais profundos afagos do amor e às brincadeiras infantis, não tenha compreendido porque sua cidade era modificada a cada dia, por que ouvia gritos à noite? E, mais dramático, o que terá sentido no pequeno barco, junto ao irmão Galip no colo dos pais, Abdullahe Rehanna, tentando desesperadamente permanecer juntos na inquietação do frágil bote? De repente, soltou-see mergulhou o mergulho da inocência no mar histórico.
Aylan é uma tentacular vítima, não só da guerra civil em sua pátria, mas da complexidade de seus vizinhos, acossados por embates étnicos, políticos e econômicos. A família Assad, que governa seu país há décadas,− ejá teve filhos iguais a ele− , somente elaé responsável pela morte de mais de 270 mil pessoas.
Destino pré-concebido por jogo de poder entre vizinhos e outras potências mundiais, num tabuleiro de incongruências:
A Arábia Saudita, suavizinha, é aliada dos EUA no Oriente Médio. Predominantemente sunita. Sede de grandes centros de peregrinação religiosa, em Meca e Medina, paradoxalmente abriga importantes escolas ultraortodoxas do islamismo como o WAHABISMO, doutrina fundamentalista. Concorda com os EUA e aliados nos ataques aéreos à Síria e no Iraque,vizinho, contra o Estado Islâmico (EI).
Os EUA querem a renúncia de Bashar al-Assad, o ditador sírio, mas este, de família ALAUITA, (sub grupo xiita), tem apoio da Rússia que bombardeia posições rebeldes a Assad, argumentando, também,visar o EI. Aylan não cresceu para entender para entender posições antagônicas descarregando bombas sobre seu país.
Vladimir Putin, da Rússia, quer um papel relevante no Oriente Médio e, por isso, está ao lado de Assad, fornecendo armas.
Turquia, vizinha, de maioria sunita, apoia a coalizão liderada pelos EUA e as forças rebeldes sírias. Permite que os EUA usem bases aéreas em seu território.
Noutro sentido, negociações sobre programas nucleares entre EUA e Irã causaram mal-estar  entre os principais aliados dos americanos na região: Israel, vizinho, e Arábia Saudita.
Os fatos recentes mostraram que não se concretizaram os propósitos democráticos da “primavera árabe”. O que se viu foi o desmoronar de países do Oriente Médio, estabelecidos há décadas, como Iraque, Afeganistão, Líbia e sua Síria, além de outros sob ameaça, tais comoIêmen, Jordânia, Turquia, Arábia Saudita. O garoto Aylan certamente cresceria sem compreender a razão do envolvimento de tantas e tão desconcertantes forças, impedindo-o de vislumbrar horizontes através suas fronteiras.
Maomé. Sunitas. Xiitas.
A absoluta maioria muçulmana é pacífica e ordeira frente a uma minoria de fanáticos que se lança ao terror em nome do Alcorão. No entanto, este não convida os crentes a matar, mas sim ao respeito e o bem entre os homens. A história do islamismo ou islã começou numa caverna na Arábia. (Uma outra, foi em manjedoura). Segundo a tradição, o arcanjo Gabriel (o mesmo que revelou a Isabel) apareceu a Maomé e o orientou a falar sobre princípios divinos. Isso teria ocorrido por volta de 610 d.C. Maomé nasceu em Meca, provavelmente em 570 d.C. Seus escritos deram origem ao Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. Após sua morte, houve disputa quanto à sucessão, quando duas correntes se tornaram majoritárias, os xiitas e os sunitas. Os xiitas, formados pelos seguidores de Ali, primo e genro de Maomé. Os sunitas, mais numerosos e mais radicais, acreditavam que o profeta não deixara herdeiros legítimos.
Maomé, por certo, jamais imaginou que seus ensinamentos poderiam redundar em lutas e, muito menos que em seu nome um grupo terrorista colocasse o mundo ocidental em alerta máximo.
O Estado Islâmico surgiu da rivalidade entre muçulmanos xiitas e sunitas. Sem importante significado bélico, no entanto, em pouco tempo evoluiu para uma ameaça global, conquistando um território do tamanho da Itália. Em sua formação, há um personagem, o terrorista jordaniano Abu Musab al-Zarqawi que, ligado a ex-funcionários da ditadura de Saddam Hussein, deu os primeiros passos para sua formação. Foi morto em 2006 por ataques aéreos americanos. A partir de 2011, a guerra civil na Síria deixou um vácuo de poder em muitas áreas do país. Os integrantes do EI, sob novo líder, Abu Bakr al-Baghdadi, aproveitaram esse momento, cruzaram a fronteiram e ocuparam espaço. Bashar al-Assad, ditador sírio, foi conivente e ignorou a invasão, contando com o grupo para lutar contra os rebeldes que tentam derrubá-lo. O EI estabeleceu, assim, sua sede em Raqqa, na Síria. Em seguida, 2014, invadiu as cidades ao norte do Iraque, criando um governo baseado na charia, a lei islâmica. Enquanto isso, Aylan e Galip cresciam.  O ambiente de caos foi propício ao EI. Acresce-se que ele projeta calcadas esperanças aos muçulmanos: defesa dos sunitas, sobretudo no Iraque onde eram opressores, e agora oprimidos pela maioria xiita nesse país; a promessa de formação de um Estado de fato nos territórios ocupados; o questionamento de partilhas territoriais em 1920, quando da derrocada do Império Otomano; e, finalmente, a grande busca de reconhecimento internacional por sua identidade. Dessa maneira, a perspectiva de alcançar taispropósitos torna o EI simpático a milhões de muçulmanos em todo o mundo. Na verdade, trata-se de um processo de grande arcabouço histórico e cultural, provavelmente de difícil resposta a soluções armadas.
Convivemos, então, impotentes com uma luta pluralizada, de complexos objetivos, levando por calcinar ainda mais a terra árida, um dos berços da civilização. E o combustível é volátil, já queentranhado no “patriotismo” de “estados” os mais diversos, tribos, seitas, etnias, crenças. Aylan, nesse meio, igual a Kim Phuc foi um gigante. Virou símbolo da crise migratória. Em imagem entre areia e mar, seu pequenino corpo sobrepujou a imprensa universal que, antes, jamais conseguiu mostrar de maneira tão clara o cinzento horror da paisagem, contrastando com sua camisinha vermelha.




INSONE




        Saulo Soares




Cães ladram, lobos uivam:
É noite na mente escura.
Nada escapa aos dentes dessa matilha,
Ao escalpo dessa faca,
Ao frio dessa paura.

Cães ladram, lobos uivam:
As ruas são sua ilha de inexata proporção.
O som das patas do relógio, o tempo, à unha, marca:
Ninguém se desvencilha desse necrológio (como se supunha),
E a morte os sonhos em naufrágios abarca.

Cães ladram, lobos uivam:
O medo paga o óbolo ao silêncio.
A cada passo (será que ouço?) que sussurra no lóbulo pênsil a madrugada,
Do fundo do poço urra um vento inerte uma triste gargalhada.

Cães ladram, lobos uivam:
Mas, eis que vejo a luz do dia que amanhece!
Um pavio aceso num rosário, um sol de preces a afugentar os cães!
Ó, vãs noites! Ó, incerto itinerário que oferecem as sangrentas noites vãs!



​​ Para Evitar Fraudes Eleitorais, Uma Nova Urna Eletrônica





Ana Maria Silveira



  Os grandes resultados podem vir de pequenas, porém sérias medidas.
  Desde que se apresentaram, as urnas eletrônicas despertaram desconfianças quanto à sua segurança nos resultados finais das eleições. Elas engolem nossos votos e dali mesmo, da secção eleitoral, podemos dar “adeus para sempre” ao nosso voto virtual, imaterializado, que, com todo respeito ao TSE, não pode ser devidamente investigado em caso de dúvidas.
  Nosso voto significa a nossa vontade de eleger determinados cidadãos para que possam nos representar nos poderes executivos e legislativos.
 Partidos políticos, candidatos, fiscais partidários e cidadãos comuns vem há anos questionando a fragilidade na votação e apuração dessas urnas. A vantagem que elas apresentam é a rapidez na conclusão dos resultados.
  Para melhorar a transparência exigida nas eleições federais, estaduais e municipais, a Senadora Ana Amélia do PP/RS apresentou a emenda PLS 406/2014.
 Alegando que já foi comprovado por especialistas da
Tecnologia da Informação que essas urnas são passíveis de violação, a Senadora determina em seu projeto de lei “que em todas as eleições haverá um sistema de impressão do voto ao lado da urna eletrônica...”. Para ela “qualquer sistema eletrônico de votação utilizado deve prever mecanismos de auditoria, fiscalização e aferição do seu desempenho a posteriori”.
Esse voto impresso, depois de conferido pelo eleitor, deve ser colocado imediatamente em outra urna, reserva de garantia de comprovação, como indica a foto abaixo, retirada do site da Senadora.



  Com esta proposta, o avanço na transparência foi valoroso!  Um enorme avanço!
  Mas ainda tem uma fragilidade: como provar que a urna da seção Y, da zona X, para possível auditoria, é aquela mesma? Tem aí uma vulnerabilidade à segurança do novo sistema.
  Complementando a proposta da Senadora Ana Amélia, a sugestão dos fiscais partidários é que, ao término da eleição (normalmente às dezessete horas), a urna física seja apurada em cada seção. Como um ato de cidadania, além dos mesários e coordenadores, a imprensa ou qualquer cidadão terão livre acesso a essa apuração local.
   Isso é fundamental para se garantir a
​integridade​ do processo eletivo e desenvolver na nossa sociedade a cultura do Controle Social.
A partir dos mesários de cada seção, o voto eletrônico segue pelo caminho normal.

  Posteriormente, quando o resultado final for publicado pelo TRE, o cidadão comum que participou da apuração local da sua urna terá como conferir esses números, que deverão coincidir com o das suas anotações.
Mais algumas sugestões:

-A urna física, após ter seus votos contados e nela recolocados, deverão ter um lacre com assinaturas ou rubricas dos mesários e participantes. Deverão ser fotografadas pelos interessados.
 Em caso de dúvida, para ser reaberta, o lacre deverá estar intacto, tendo a foto como comprovante de que aquelas assinaturas são realmente as originais.
-Poderia se fazer uma campanha esclarecedora para uma melhor participação da população.

A participação contínua da sociedade na gestão pública é um direito assegurado pela Constituição Federal, permitindo que os cidadãos não só participem da formulação das políticas públicas, mas, também, fiscalizem de forma permanente a aplicação dos recursos públicos.” Portal da Transparência.


Natal, 15 de Janeiro de 2016


Ana Maria Silveira é filha do ex-governador Badger Silveira