terça-feira, 5 de janeiro de 2016

NO TÚMULO DE MEU PAI




Dr. Ayrthon Borges Seródio



Roubado cedo ainda, em hora imprópria à vida
Qual ave na procela arrebatada ao ninho,
Partiu meu pai deixando em seu caminho
A mágoa sem remédio, e a queixa mais dorida.

Qual árvore frondosa, a muitos deu guarida,
E um amigo jamais deixou sofrer sozinho.
Honesto, humilde e bom, e farto de carinho,
Um exemplo a seguir em meio a nossa lida.

Cumprindo um ritual, desejo mortuário,
Como da vez passada eu volto ao sepulcrário,
Uma ilha de paz onde impera a igualdade.

Contrito na mudez e presa da amargura,
Vejo através da campa, em sua sepultura,
Um punhado de cinzas... E uma eterna saudade!...


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