sábado, 9 de janeiro de 2016

Prece ao anoitecer



                          Dr. Ayrthon Borges Seródio


É tarde, o sol se põe no horizonte infindo
E os últimos clarões derrama sobre a terra;
E dentro em pouco a noite o negro véu descerá
E além, detrás de um monte, a lua vem surgindo.

Das aves não se ouve, enfim, o canto lindo
E a coruja soturna a longa sesta encerra.
Cessa o trabalho aqui no vale e lá na serra;
E as estrelas no céu, aos poucos, vão luzindo.

Apartado da canga e livre da charrua,
O pachorrento boi, já tão cansado, amua 
Enquanto a noite adensa e cresce a nostalgia.

E venerando a terra hostil, mas dadivosa,
O rude labrador, erguendo a mão calosa,
Uma oração de amor à Natureza envia!

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