segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

RUÍNAS DO SÉCULO XVIII IMPRESSIONAM NO SUL CAPIXABA



Ruínas Jesuíticas de Salinas


No século XVIII, os jesuítas pretendiam construir uma fábrica de sal na região de Anchieta, sul do Espírito Santo.  Foram cerca de 32 pilastras erguidas, com previsão de edificação de dois setores. O projeto, contudo, não foi adiante. Esta é a história contada pelo pescador Carlos Fernandez, conhecido como Carlinhos, que levou a reportagem de O Norte Fluminense ao local, através do seu barco Benevente.

Barco Benevente levou a delegação até às Ruínas Jesuíticas


Descendente de espanhóis, há cerca de 15 anos Carlinhos possui autorização para transportar pessoas a este local histórico, assim como às famosas praias de Iriri. 

Carlos Fernandes: há 15 anos realiza o trajeto de Anchieta até às Ruínas

Localizado a 8,5 km de Anchieta, o local pode ser alcançado através de barco, através dos Rios Benevente e Rio Salinas, afluente daquele. O Rio Benevente é, aliás, o que levou italianos até o atual município de Alfredo Chaves, no final do século XIX.

A vegetação é toda de mangue.


Pescador desde criança, Carlinhos diz que aprendeu o ofício com seu pai. "Hoje, existem cerca de 1.500 famílias que sobrevivem da pesca, em Anchieta", assinala. 

Em Anchieta existem cerca de mil e quinhentos pescadores

No trajeto, Carlinhos informa sobre a comunidade da "Chapada do A", próxima ao mangue, com cerca de 30 famílias de pescadores.

Ele aponta também para o Rio Arerá, outro afluente do Rio Benevente, e para a Ilha dos Papagaios.

A respeito do mangue, que constitui uma transição entre as áreas marinha e terrestre, Carlinhos diz que "existem quatro espécies: preto, branco, vermelho e amarelo. O vermelho, por aqui, é mais raro, porque foi muito explorado. Árvores como a aroeira, a imbira, a fabua (utilizada em artesanato), e a pinha do brejo, conhecida como mololô ou araticum, também são encontradas por aqui", registra.



Carlos Fernandez e as sementes de mangue: "há quatro espécies de mangue: preto, branco, vermelho e amarelo"

Sobre os peixes, diz que "na região há robalo, vermelho, carapau, pratibu, tainhas, bagre e urmatá. O robalo é mais cobiçado, uma vez que o quilo do peixe custa cerca de R$30,00. Há robalo que pesa 20 quilos", salienta.

Em relação às aves, Carlinhos conta que "são vistas aqui o socó, o pato mergulhão, a garça, o martinho pescador e o siricora, entre outros. Encontramos, ainda, várias espécies de caranguejos, como o grauçá, o guaiamu e o aratu, além  do siri. Podem ser encontrados, ainda, a capivara, tatu, mico, lagarto e paca".

Percorrer os Rios Benevente e Salinas, entre os manguezais, e chegar até às Ruínas Jesuíticas, constitui uma experiência única em compreender melhor a natureza e a nossa história.




Gustavo Souza à frente do Barco Benevente

Embarcação naufragada


Percorrendo o Rio Benevente. À direita, o Rio Salinas, seu afluente



Na parte central localizada entre os Rios Benevente e Salinas, pode-se banhar sem risco


Local de desembarque

Caminho construído sobre o mangue 


Origem das Ruínas ainda é discutida por pesquisadores


Colunas foram construídas com pedras e cal de concha


O engenheiro Paulo Sèrgio do Canto Cyrillo viabilizou a reconstrução da parede do prédio do Teatro Cinema Conchita de Moraes



Findada a reconstrução da parede, o próximo desafio será a colocação do teto. Tendo em vista, contudo, o alto custo dessa nova etapa, a reinauguração do Teatro Cinema Conchita de Moraes levará deverá levar alguns anos.




 Reinauguração do Teatro Cinema Conchita de Moraes deve levar alguns anos


 



Preciosidade arquitetônica da Praça Governador Portela foi preservada por Merhige Hanna Saad: aqui foi, também, sede do governo do Estado em 1959 e 1960

Ruínas Jesuíticas de Salinas: um local que merece ser visitado

Um comentário:

  1. As ruínas são realmente impressionantes, uma riqueza de detalhes e a preservação de tudo isso é fundamental para dar continuidade a todo esse cuidado com a natureza.Parabéns ao povo de Iriri!

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