quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Exposição na Sala do Artista Popular





O Ministério da Cultura, o Iphan e o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular convidam para a exposição da Sala do Artista Popular no âmbito do Promoart


DO FIO À REDE: TECELAGEM DE POÇO VERDE

O município de Poço Verde está localizado no semiárido sergipano, no extremo sudoeste do estado, a 145 km da capital Aracaju. Em tempo de chuva, seus moradores dedicam-se às plantações de milho e feijão, de girassol e palma, e à criação de gado bovino. Chegada a seca, resta-lhes buscar outra ocupação que ajude a ir tocando a vida.
A tecelagem em tear de pedais teve início em Poço Verde há algo em torno de cinquenta anos, quando Maria Filha de Jesus se mudou com a família para residir no povoado Amargosa II. Dona Fiinha, como é conhecida por todos, deu continuidade ali à atividade a que se dedicava desde menina. A tecelagem foi se disseminando, e os moradores dos arredores aprendendo o fiar do algodão, a fabricação de teares, dos tecidos e cada uma das etapas de produção e acabamento.
A Associação de Cultura Artesanal de Poço VerdeTecelagem Amargosa foi formada em 2001 e está em funcionamento desde então. Resultado dos ensinamentos de dona Fiinha, a tecelagem pode ser observada, em unidades de produção de base familiar, nos municípios de Poço Verde, Tobias Barreto, Lagarto e em Aracaju. No povoado Malhadinha, um núcleo bem estruturado envolve atualmente o trabalho de diferentes famílias.
A tecelagem em Poço Verde utiliza teares rústicos de dois pedais, sistema pelo qual se obtém infinitas composições de listrados e xadrezes ou, ainda, efeito rajado. Embora não a utilizem normalmente, os tecelões de Amargosa e Malhadinha dominam também a técnica de tecelagem em tear vertical, e adaptaram seu princípio, passando a introduzir manualmente, na trama tecida no tear de dois pedais, motivos gráficos e figurativos, nomes e dizeres. Alguns artesãos do município utilizam ainda o tear de quatro pedais, em que é possível obter tecidos com composições geométricas complexas e variadas.
Os tecelões de Poço Verde se orgulham da qualidade de seus produtos, percebida na trama sem nós de emenda; na regularidade dos padrões; nos punhos feitos nos fios do próprio urdume, possibilitando que as redes suportem grande peso, e nos mamucabos bem feitos, que impedem que se fechem sobre o corpo.
Nesta Sala do Artista Popular, redes, tapetes e mantas compõem um panorama da singularidade dessa produção.

Serviço
de 27 de outubro a 11 de dezembro de 2016
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
Rua do Catete, 179 – Catete, Rio de Janeiro, RJ
de terça a sexta, de 11 às 18h
sábados, domingos e feriados, de 15 às 18h

Parceria institucional
Vale

Realização
Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural – Promoart
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/Iphan/MinC


Visite www.cnfcp.gov.br e conheça a instituição.

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